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Cida, 48 anos, dona de um restaurante ao lado da parte aberta do córrego
Me conta uma coisa, o córrego passa aqui atrás, você sente mau cheiro?
“Não, por incrível que pareça não. Cheiro, se eu falar pra você que tem cheiro (…), não tem. Aqui perto, as pessoas que entram aqui não reclamam. Mas assim, se fosse pra arrumar é bom, com certeza. Mas eles começaram a fazer a galeria, só que a chuva veio e levou o material todo. Ai agora está esperando acabar a temporada de chuva pra eles voltarem.”
Chega a transbordar?
“Não, aqui não. Mas quando a água desce, ali na mangueira, ai vai, por exemplo no Itaú, ai fica inundado. Agora aqui não, aqui é mais alto. A água sobe bastante. A maioria das vezes quando (…). Só uma vez que choveu e eu tava aqui, ai eu vi que a água sobe. Mas a maioria das vezes eu tô em casa né? Eu abro aqui só até três horas da tarde.”
E você mora aqui perto?
“Moro na via do minério, há 18 anos. Mas nessa parte aqui eu tô há três anos.”
Tem bastante lixo no córrego, a população joga?
“Ah, isso aí é verdade. Só pra você ter noção: eu fiz uma lixeira, ai o lixo do restaurante, no sábado à noite, a tarde quando eu saio eu ponho lá fora e fecho a minha lixeira. Ai o pessoal da redondeza aqui, no outro dia quando eu volto em volta da minha lixeira mas tá cheio de lixo. Os próprios moradores colaboram pra essa situação, porque eles vão jogando no rio né? Ai depois vai entrando pro bueiro, e é aonde a água volta pra trás e prejudica, num é?”
E você acharia que melhoraria se mudasse o entorno? Tivesse uma praça?
“Com certeza, muito. Eu também tenho vontade de abrir aqui a noite e esse córrego trás insegurança, já me assaltaram aqui e esconderam inclusive ai, entendeu? Mas se for um projeto assim ia ser muito bom mesmo, com certeza.”
E você acha que a limpeza do córrego ia atrair mais clientes?
“Assim, poderia. Mas nunca reclamaram. E também quando tá chovendo é até melhor, melhor ainda, porque lava o córrego né? Agora nessa fase assim, olha pra você ver, não tá chovendo e não tem cheiro. Inseto, que era pra ter, barata, rato, não tem nada disso aqui. E olha, a gente cuida aqui muito bem, então rato, barata, nada. Nada tem aqui. Eu só tem um gel pequenininho, que de vez em quando vem umas caixas do CEASA, que corre o risco de ter uma barata, alguma coisa, ai assim eu já coloco o remedinho, sem problema.”
E você tem água encanada, rede de esgoto?
“Água encanada, esgoto. Fizemos o esgoto.”
Foi a senhora que fez? Ou junto à prefeitura?
“Através da prefeitura. A gente pediu né? Porque quando eles vem pra dar o alvará, pra manter as portas abertas, eles falam que a gente tem que ter o esgoto. Ai a gente pediu e o proprietário do imóvel fez. A água é da Copasa mesmo, e não falta. Por acaso falaram que ia faltar água em um tanto de bairro ai hoje, e aqui até agora nada.”
Você sabe se tem alguém que cuida do rio? Um morador ou uma associação?
“Não. Nunca ouvi falar não. Não, vocês são as primeiras a perguntar. Quem vem aqui é o pessoal da dengue né? Que tá ai olhando ai. Eles passam sempre, aqui ó, até fica o papelzinho, eles já passaram esse mês, começo do ano já passaram. E assim, se tem alguém aqui que faz associação de bairro, nunca vi.”
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