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Enquanto andava pela rua Coronel Severiano, encontrei uma casa em que a moradora estava bem na porta. Depois de me apresentar ela me disse que seu nome era Silvana e que ela morava ali há mais 35 anos. Começamos nossa conversa com o córrego que fica bem ao lado de sua casa. Com uma tristeza visível em sua fala e em suas expressões ela disse: “Nossa, esse córrego é uma tristeza, é um terror!”. Quando lhe perguntei o motivo para essa afirmação ela me disse que o fedor é insuportável, que chega no final da tarde o odor piora tanto que ela tem que fechar toda a sua casa para amenizar um pouco o cheiro. “Nesse momento está limpo porque a prefeitura acabou de sair daqui e limpou, mas daqui 15 minutos já vai estar sujo de novo, um fedor tudo de novo!”, ressaltou a moradora. Ela ainda me contou que o córrego em si não lhe causa tanto prejuízo, pois ele não inunda muito, mas que o principal problema é a sua poluição provocada pelos própios moradores: “Eles não tem nem vergonha não. Posso estar bem aqui na porta que eles vão lá e jogam descaradamente”. Silvana também se lembrou que quando ela se mudou para lá que as águas eram mais limpas e não tinha mau odor, mas que com o crescimento populacional da região a situação foi piorando cada vez mais. Ao lhe perguntar se em algum momento os moradores se reuniram para tentar pedir mudanças para a área, ela me disse que o seu marido se juntou com um dos líderes da comunidade, Seu Domingos, para justamente pedir melhorias: “TEve uma época em que a comunidade pedia demais para a prefeitura, mas nada foi feito. Já tem uns dois, três anos que mais ninguém faz nada”. Ela também se lembrou que em algum momento foi falado que iriam tampar essa parte do córrego, porém ninguém apareceu para discutir o iniciativa ou para comunicar nada aos moradores.

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