Description
Esse morador foi muito simpático e receptivo. Por estar desempregado no momento, tinha tempo de sobra para conversar. Me guiou até o ponto mais alto acessível de carro em direção a nascente. No local encontra-se edificado uma bica e uns banquinhos feitos de alvenaria, que segundo ele, foi obra de um vereador a pedido dos moradores. Em seu depoimento carregado de boas lembranças, me contou que mora no local desde que nasceu, há 38 anos, e que jogava bola, andava de bicicleta, e descia de carrinho de rolimã a rua da nascente. Depoimento semelhante ao Samuel (outro entrevistado) e por coincidência os dois se conheciam e foram amigos de infância. Ao ser questionado sobre a sua relação com o córrego surgiram as seguintes respostas: “Quando vim pra cá isso aqui tudo era mato e os poucos moradores tinham as hortas, pé de fruta, meninada brincando nas ruas de terra, jogando bola de gude e brincando de rouba bandeira. Com a chegada de mais gente o córrego foi ficando sujo e as construções das casas geraram entulho. No começo não tinha coleta de lixo, aí agente que levava lá pra baixo onde tem a praça. Então as coisas aqui funcionam por ciclos. Primeiro era muito bom e foi só piorando, depois com a coleta de lixo e asfalto melhorou um pouco, depois foi piorando porque o córrego ficou servindo de bota fora e ficando cada vez mais fedorento, aí canalizou e melhorou muito. Hoje eu guardo aqueles momentos na memória pois sei que eles ficaram pra trás e que não é possível ter o córrego aberto e limpo denovo, mesmo porque a própria população enche tudo de lixo então não dá. Nós que moramos aqui nas margens é mais tranquilo mas o cara que mora ali pra cima já não está nem aí, o lixo não estando na porta dele o resto que se dane. No futuro se tivesse jeito de despoluir eu ia achar muito legal mas isso ia custar muito dinheiro e se gastar com essas coisas não sobra dinheiro pra eles roubar (risos). No final das contas o melhor é canalizado mesmo, o povo não tem educação e o poder público sempre busca varrer o lixo pra debaixo do tapete e vai matando a natureza. O córrego que passava na rua de trás (rua Tucuruí) aqui já secou, só desce água quando chove. Esse aqui vai ser a mesma coisa, vai acabar secando.
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