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Sr. Ivan, residente a mais de 40 anos no local, Av. Dep. Antônio Lunardi, n°245, orgulha-se de ser um dos primeiros moradores as margens do córrego Cafezal, em uma conversa totalmente descontraída, relatou ter visto a transformação da região ao longo dos anos. Quando se mudou para lá, o espaço era usado para o cultivo de hortaliças para comercialização no CEASA, a região era dividida em pequenas propriedades e a agricultura seguia os moldes do que conhecemos hoje por agricultura familiar ou cultivo de alimentos orgânicos. O córrego era o protagonista neste cenário, pois através de suas águas cristalinas, naquele momento usada para irrigação, os vegetais cresciam vistosos. Relatou com pesar estampado no rosto, que presenciou o início da poluição através do aumento da ocupação e a vinda de pessoas que não dependiam daquelas águas para o sustento e portanto passou a sujá-las com dejetos. Em outra parte da nossa conversa, contou sobre a luta para construção de sua residência, pois o terreno era impróprio por ser pantanoso e alagado, me mostrou a drenagem pluvial que recebe toda a água dos terrenos logo acima e narrou que ficou satisfeito com a canalização do córrego. Lhe perguntei se prefere o córrego canalizado e "invisível" como se encontra hoje, ou se gostaria que estivesse a céu aberto. Sua resposta foi carregada de simplicidade: Se ele fosse limpo e cristalino como a 40 anos atrás, aqui seria um belíssimo vale onde as famílias poderiam se encontrar, seria um refúgio, mas do jeito que ele foi ficando poluído, assim como está ficou melhor, trouxe mais dignidade aos moradores do entorno e de certa forma preservou o córrego que ainda recebe esgoto mas deixou de ser usado como bota fora de lixo.

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