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Ao caminhar na região do entorno do Rio Sabará, encontrei com José Antero, um senhor que estava passando por uma calçada próxima ao rio, na avenida Perimetral. Perguntei se poderíamos conversar e ele aceitou de imediato, afirmando que passa diariamente pelo local, atravessando o rio pela ponte que se encontrava diante de nós. Ele relatou que mora do outro lado do rio, numa região próxima à Lagoa da Reta. Durante muito tempo, ele e os amigos brincaram e nadaram no rio. Ele apontou para uma estrutura metálica amarela ao lado da ponte, contando que ali havia um espaço que eles utilizavam para pular de uma margem para outra e no próprio rio. Além disso, ele conta que o volume do rio diminuiu muito no decorrer dos anos. De acordo com Seu José, o rio encontra-se poluído há cerca de 20 anos e a quantidade de lixo presente nele é muito grande, devido ao despejo tanto de resíduos sólidos quanto de esgoto não tratado. Seu José afirma que as chuvas são boas para o rio, pois o volume de água e a correnteza aumentam e acabam “levando” parte da sujeira que se encontra nele. Ele também conta que as pontes que fazem a ligação entre os dois lados do rio tiveram que ser aumentadas com o tempo, pois o rio já chegou a encher a ponto de derrubar três delas, as quais foram levadas pela correnteza. Seu José apontou o local em que elas se encontravam, bem abaixo da altura atual. Ele voltou a reforçar as mudanças que ocorreram no local no decorrer do tempo, e afirmou que, antigamente, no local em que estávamos conversando, havia um grande espaço natural, gramado, diferentemente da área asfaltada que existe hoje. Ele contou que esse espaço era uma importante área de lazer para a população, onde eram instalados parques e circos, atraindo diversas pessoas. Quando perguntei sobre possíveis enchentes e inundações do rio, Seu José afirmou que elas não ocorrem há cerca de 5 anos. Ele contou que em períodos de chuvas intensas o rio chega a ficar bem cheio, apontando o local alcançado pela água nesses casos, próximo às árvores da margem. Resolvi perguntar a ele sobre os animais observados ao redor do rio, como vacas e cavalos, os quais ele relatou pertencerem aos moradores das proximidades do local. Seu José também contou sobre a Lagoa da Reta, a qual ele afirma ter diminuído de tamanho devido às obras realizadas em seu entorno, como a criação de novas ruas. Ao perguntá-lo sobre a possibilidade da melhoria das condições do rio, Seu José se mostrou desesperançoso, afirmando que ele se encontra muito poluído e que acredita ser impossível ele voltar a ser como era antes.

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